Juntos num dia de Sol

Hoje eu e o António (o meu marido) levámos os nossos cães ao veterinário para uma vacina.

Em Janeiro tínhamos ido comprar queijos ao Vimieiro, dar um passeio por essas terras alentejanas e conhecer Portalegre. Uns meses antes gozámos uma tarde a ver o mar da Nazaré. E há uns anos fomos de carro europa fora até à Suécia.

Tudo coisas mais ou menos banais, que quase todos podem fazer, mas para nós cada uma é especial porque temos consciência da fragilidade do nosso bem estar e isso faz-nos aproveitar tudo muito melhor. Não imaginávamos que o António, que durante 30 anos só esteve uns dias de baixa por causa de uma queda, saísse do emprego para ir a uma consulta e nunca mais voltasse, mas foi o que aconteceu como explico a seguir.

O fim de 2009 foi complicado para nós, e por isso, quando o António começou a sentir-se mais cansado achámos normal. Mas depois ele começou a tropeçar, a deixar cair coisas, e por fim a deixar-se cair também, e claro que soubemos que havia algo errado.

Em Março de 2010 consultou um Neurocirurgião e em Junho, depois de muitos exames e consultas com Neurologistas estava diagnosticado: Esclerose Múltipla Primária Progressiva.

Informámo-nos o mais possível sobre tudo o que a doença poderia trazer, e fomos vendo que no caso dele a evolução iria ser mais rápida do que esperávamos porque em Agosto já só saía de casa de cadeira de rodas.

Não foi fácil. E mesmo agora, ou principalmente agora, nenhum dia é fácil. Mas o que torna tudo possível são algumas ajudas. Vou ser fria e directa. Claro que o principal é gostarmos um do outro e desejarmos ver o outro feliz, mas também foi fantástico ver como a família dele reagiu, aceitando e compreendendo as dificuldades e limitações que foram surgindo (sim, porque há casos em que as famílias se tornam um outro problema em vez de ajudarem a encontrar uma solução).

Mas sejamos realistas, o amor e apoio de quem está presente na nossa vida é fundamental, mas sem uma boa bengala, depois um andarilho seguro, a seguir uma cadeira de rodas leve para viajar, e também uma boa almofada para o maior conforto possível, mais tarde uma grua elevatória para as transferências, um bom colchão anti-escaras para permitir o descanso e a saúde da pele e finalmente um carro adaptado a uma excelente cadeira que permite a verticalização, basculação, e condução sem a mão que não colabora as coisas seriam impossíveis!

É imprescindível investir no conforto, que se traduz em saúde e permite uma vida com qualidade. E quando ele está confortável, fica o espaço livre para a conversa, o riso, o amor, a paz e essa felicidade com que todos sonhamos.

Em todo o processo de escolha e aquisição de ajudas técnicas é muito importante ter uma boa equipa a ajudar-nos, e dessa equipa posso destacar o Alberto Fernandes, que é incansável na ajuda aos clientes que se tornam amigos pela simpatia e eficiência, o que tornou irrecusável o convite para partilharmos a nossa experiência.

Esperamos que vos possa ser útil.

 

António e Maria João Inglês

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